Depois da escola foi pensado inicialmente pelo diretor e roteirista Antonio Campos como uma metáfora ao 11/09. Duas gêmeas morrem em um colégio, gerando comportamentos paranóicos e controle rígido sobre os alunos por parte da direção. As semelhanças com a paranóia americana e a lei de exceção baixada por Bush não são mera coincidência.
Mas o filme não fica só nisso, funcionando independentemente das torres, sendo a história de como a morte das meninas foi encarada por todos. Robert, aluno-problema, é incumbido da tarefa de gravar uma homenagem às vítimas.
E aí entra a metalinguagem, já que Robert é o retrato de ninguém mais se não Campos. Assim como o diretor que lhe dá vida, o garoto opta por uma câmera que foge dos ângulos óbvios e uma edição distante do lugar-comum, culminando em um filme ao mesmo tempo singelo e político, pois mostra como muitas vezes as lágrimas e depoimentos emocionados são previamente ensaiados.
A visão de Robert sobre as gêmeas é rechaçada. “Nem tem música”, protesta o professor (ou diretor da escola, enfim, o produtor/estúdio do vídeo), que manda reeditar tudo. Resulta da mesma maneira que um filme qualquer sobre as vítimas do WTC: piegas e irrelevante. Tudo o que Depois da escola não é.
Quando: 30/10, quinta-feira, 21:50
Onde: CineSesc (32ª Mostra Internacional de Cinema)
Mais info: http://www.mostra.org/32/exib_filme.php?filme=40
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